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14 julho

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Faltam engenheiros no Brasil: déficit chega a mais de 75 mil profissionais

A carência destes profissionais no mercado é agravada pelo aprendizado oferecido na educação de base, a evasão nas faculdades e o crescimento econômico do país.

por Ecaderno.com

Faltam engenheiros no Brasil. A oferta de vagas não corresponde à procura dos profissionais. Este problema nacional tem explicações que vão desde o ensino de base à evasão nas faculdades. A aceleração do crescimento econômico no país também é um agravante, pois 38.124 engenheiros formados em 2010 não são o suficiente para um desenvolvimento de 7,5% registrado no mesmo ano. Segundo dados da Confederação Nacional de Indústria (CNI), se o país cresce 6% ano ele necessita de mais de 60 mil profissionais, desta forma o país precisaria ultrapassar o número de 75 mil engenheiros.

Falta de incentivo no Ensino Fundamental para o aprendizado em exatas

O diretor da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), professor Hélio Antônio da Silva, ressalta que o problema enfrentado atualmente com a falta de engenheiros tem sua origem no ensino de base. “A deficiência de nossos alunos começam nos ensinos fundamental e médio, que são voltados mais para humanidades do que para a ciência exatas. Isso prejudica a assimilação de conhecimentos em engenharia, que é fundamentada na química, na física e na matemática.”

O presidente do sindicato dos engenheiros de Juiz de Fora, João Vieira de Queiroz Neto, também acredita na necessidade de resgatar no ensino fundamental a aptidão para conhecimento em exatas. “É necessário fazer trabalhos e projetos com as crianças para que elas gostem de física e matemática. As Olimpíadas de Matemática é um exemplo de método de incentivo ao aprendizado.”

Evasão nas faculdades de engenharia

Segundo Hélio, o sistema privado e público, oferece em torno de 302 mil vagas em cursos de engenharia. Contudo, somente 120 mil são ocupadas. Ele ressalta que no Brasil existe mais de 2.300 cursos na área, não sendo problema a falta de faculdades, mas sim conseguir melhorar o ensino e aumentar a retenção na graduação. Hélio nos informa que na Faculdade de Engenharia da UFJF 33% dos alunos desistem dos cursos. E no Brasil a evasão chega próximo dos 54%.
Além do motivo destacado pelo presidente do sindicato de engenheiros, há também a desistência por falta de afinidade com o curso escolhido. Fabiano Macedo está cursando o 5º período de Engenharia de Telecomunicações e irá trocar de faculdade, pretende cursar agora Design de Interiores.

Fabiano sentiu a necessidade de trabalhar com recursos que possibilitam o exercício da criatividade e da imaginação, sendo que no curso de engenharia o conhecimento se baseia no estudo de ciências exatas. Ele enfatiza que a crescente demanda por engenheiros não afeta sua decisão. “Uma vez que para mim é imprescindível que eu me sinta em perfeita harmonia com o que faço, a busca por auto-realização deve ser primordial, para que o resultado daquilo que me proponho a fazer seja satisfatório.”

Crescimento econômico

A engenharia é uma profissão dependente de política econômica, afirma Hélio. Se o país cresce, precisa de mais profissionais da área. O diretor nos lembra que dos anos 80 a 90, o Brasil cresceu em média 1,5%, de 90 a 2000 o registro foi de 2,5%. Já do ano de 2000 em diante a média passou para 4,5%.

O estudante de Engenharia Civil, Arthur Ferreira de Paiva, está no 9º período e durante a faculdade decidiu adiantar o curso para se formar o quanto antes. “Vendo todos os dias notícias sobre o crescimento da engenharia, da necessidade de mão de obra pelo Brasil a fora, percebi que quanto mais tempo ficarmos na faculdade, estamos perdendo tempo e deixando de ganhar dinheiro.”

Arthur acredita que um dos motivos para o aumento da procura por profissionais formados em engenharia se deve ao grande número de obras que estão sendo feitas para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. “Fora as obras do governo visando o nosso desenvolvimento econômico, sendo que o número de engenheiros não cresce na mesma proporção, gerando essa ‘escassez’ de mão de obra.”

Petrobrás afirma que falta de engenheiros prejudica avanço da empresa

Em palestra no Rio de Janeiro, no final do mês de junho, no evento sobre a competitividade do setor de óleo e gás, realizado na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o assessor da presidência da Petrobras, Sidney Granja, abordou o problema da falta de engenheiros.

De acordo com Sidney, o crescimento da exploração e produção de petróleo e derivados nos próximos quatro anos tem como barreira o déficit de engenheiros para o período de 2011-2015, momento que será necessário 200 mil profissionais. Atualmente, a Petrobrás treina 80 mil profissionais. Um número baixo perante o que será necessário para os próximos anos.

Como o problema também atinge outras empresas, algumas optaram por exportar profissionais. Segundo o Ministério do Trabalho, desde 2008 é registrado o aumento anual do número de engenheiros vindos do exterior para trabalhar no Brasil, com oportunidades no setor de petróleo.

Valorização da profissão

O presidente do sindicato dos engenheiros nos informa que uma das soluções, a curto prazo, para a falta desses profissionais é a valorização do profissional por meio do aumento salarial. “Na nossa região, por exemplo, o salário inicial para servidores públicos engenheiros está entre R$ 2 mil e R$ 2.500. No cenário nacional, a lei regulamenta o piso salarial para empresas privadas em R$ 4.650, mas há empresas que burlam o decreto.” Porém, João destaca que há regiões afastadas do sudeste em que estão em expansão e pagam salários acima da média. “No norte do Brasil há profissionais com experiência ganhando entre R$15 mil a R$ 20 mil.” O graduando em engenharia civil, Arthur Paiva, ainda acrescenta: “Em São José dos Campos, por exemplo, as empresas fazem ‘leilões’ por engenheiros, no Acre este fato também acontece, a remuneração inicial é bem elevada.”

Arthur aconselha para os engenheiros “que não tenham medo de se arriscar e sair pelo Brasil a fora. Estamos tendo uma oportunidade fantástica, que praticamente nenhuma profissão no mercado de trabalho possui. E esta fase não irá durar para sempre. Agora que é a hora de nos consolidarmos no mercado de trabalho, para ficarmos tranquilos no futuro. E temos que nos capacitar sempre, principalmente no período de graduação. Um profissional capacitado e qualificado sempre irá se destacar em relação aos demais. Devemos buscar sempre um diferencial para obtermos sucesso em nossa caminhada.”

Fonte: http://migre.me/5gcES

Categorias: Comunicados

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