Quatre Recursos Humanos

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13 dezembro

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Profissional de coragem

Coluna Donos do Pedaço com Lena Vidigal, diretora-presidente da Quatre Recursos Humanos.

Por Carolina Lenoir

A história de Lena Vidigal, pelo menos nas duas últimas décadas, se confunde com a da empresa que criou. Nos anos 1990, em meio à implantação do Plano Collor e do bloqueio das cadernetas de poupança, Lena espantou o mercado ao abrir uma consultoria de recolocação profissional em um cenário em que o encerramento de empresas era predominante. Mesmo ainda impactada pela perda do marido e dividida entre a vida profissional e a criação de três filhos adolescentes, ela construiu uma carreira sólida e emprestou à empresa características marcantes de sua própria personalidade: inovação, ousadia e coragem. Em 21 anos à frente da Quatre – que faz parte de uma rede internacional de headhunters e tem uma de suas sócias, Daniela Vidigal, como embaixadora da rede na América do Sul – Lena aprendeu a dominar o mercado em que atua como poucos. Nesta página, ela conta um pouco mais sobre sua história e explica de que forma construiu sua trajetória de sucesso.

Como foi a decisão de abrir uma empresa de consultoria em recursos humanos?

Cursava psicologia, minha segunda graduação, e fui estagiar em uma consultoria paulista, que já atuava há 11 anos no mercado de BH e prestava serviços de recolocação profissional. Eu e mais três colegas queríamos inovar, fazer diferença, agregar valor a um serviço formatado nos Estados Unidos pós – Segunda Guerra e, obviamente, carente de atualizações. Porém, isso não nos era permitido. Decidimos, então, nos desligar dessa empresa e montar a Quatre. Foi um ato de coragem, mas fizemos um tremendo sucesso logo de início. Éramos quatro destemidos trabalhadores e entusiasmados: três psicólogos e um pedagogo.

O que vocês propunham de novo nessa área quando abriram o negócio?

O atendimento humanizado. Todos os clientes recebiam orientações técnicas e o lado pessoal, sofrido, castigado pelo desemprego, encontrava eco em nossos ouvidos e corações. Eram longas conversas de suporte emocional. Os melhores profissionais de todas as áreas passaram pela Quatre. Já não buscavam somente emprego, mas também novas oportunidades de carreira. Éramos meio detetives. Descobríamos vagas e até mesmo gerávamos oportunidades por meio de um belo currículo, além de ser mentores de carreira. Em 1993, já havíamos implantado os serviços de headhunting, por uma demanda natural do mercado. Estávamos ampliando nosso leque de atuação e crescendo.

Apesar do cenário econômico e político conturbado foi um começo sem grandes turbulências para vocês?

Na verdade, não. Três anos depois, a sociedade ruiu, mas não a Quatre. Comprei as cotas dos outros três sócios e os substitui pelos meus filhos, razão principal da minha participação inicial no negócio. A sobrevivência financeira fazia-se premente. Tudo continuou com o mesmo comprometimento, entusiasmo e dedicação. Consultores externos foram contratados e a empresa se profissionalizou. Formei muita gente e também aprendi muito nessa troca.

Qual momento você considera um marco para a empresa, em que foi possível deslanchar de fato?

Em 1996, soube que a Rede Ferroviária Federal seria desestatizada e contratariam uma consultoria de outplacement para reposicionar no mercado milhares de profissionais que, durante anos, foram empregados nessa estatal. Haveria uma licitação internacional julgada em Washington, nos Estados Unidos, já que o projeto seria financiado pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), em seu primeiro financiamento de um projeto de tal natureza no mundo. Corri muito, compilei uma enorme quantidade de documentos, elaborei uma proposta técnica extremamente estratégica, na qual dividi o Brasil em quatro grandes regiões e convidei mais três consultorias renomadas para participarem da licitação. Vencemos e, por dois anos, prestamos serviços, ainda humanizados, a 5, 6 mil pessoas em 19 estados, do Sul ao Nordeste, situados ao longo da linha férrea.

Desde então, vocês passaram a oferecer um leque maior de serviços, como o coaching, certo?

O coaching foi outro serviço que veio agregar a Quatre em sua vocação de atender o lado humano dos recursos. A demanda por coaching sempre foi constante e tivemos necessidade de certificar mais consultores internos junto ao International Coaching Certification (ICC), pelo qual também sou certificada. Isso significa auxiliar profissionais que pretendem redirecionar suas carreiras, empreender seu próprio negócio, mudar de empresa ou país e até mesmo se preparar para a aposentadoria. Além disso, o coaching ajuda jovens a ter clareza quanto às suas opções de escolha profissional. Pretendemos ser uma empresa de soluções em recursos humanos. A tendência do mercado é ter poucos fornecedores com uma grande oferta de serviços.

Qual é o perfil que um profissional deve ter para trabalhar nessa área?

É essencial gostar de lidar com pessoas e isso vai além do estudo. Claro que é uma condição importante para qualquer profissão, mas é fundamental no recursos humanos. Os profissionais que trabalham na Quatre, em sua maioria, vêm da área de Psicologia, ou seja, optaram por trabalhar com gente. O aperfeiçoamento ocorre na prática mesmo. No caso do headhunter, por exemplo, não tem curso de especialização, que é mais voltado para recrutamento e seleção. O profissional aprende, na prática, a identificar perfis comportamentais e técnicos e, aliado a isso, construir uma rede para relacionamento e busca. Ele tem que procurar a pessoa certa e para isso, a partir de um perfil, precisa criar um planejamento para essa busca.

Existem particularidades no mercado brasileiro em relação ao de fora?

O mercado brasileiro tem uma exigência com relação à qualidade do processo de seleção mais forte que no exterior. Lá, um currículo dentro da necessidade do cliente é suficiente. Aqui, temos entrevistas e laudos psicológicos, entre outros. O processo é mais cuidadoso. Não é só colocar um profissional em uma vaga. Tem o lado comportamental, que conta muito. Em Minas, os clientes são mais zelosos. Procuram um bom profissional e uma boa pessoa, adequada à cultura da organização. Vejo empresas que priorizam a parte comportamental, porque a parte técnica é mais fácil de ser aprendida. Os processos são mais extensos, com maior número de candidatos e fases.

Fonte: Jornal Estado de Minas

Categorias: Comunicados

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